Por Anderson Santos*
A mais recente pesquisa Genial/Quaest confirma uma tendência que há meses vinha se desenhando: o sentimento antipetista, que marcou parte do eleitorado brasileiro nas últimas eleições, não apenas persiste — como cresce e se consolida como a força dominante no debate político nacional. Lula, antes visto como esperança de reconstrução, hoje enfrenta um cenário amplamente desfavorável: 57% dos brasileiros desaprovam seu governo, e a maioria já considera sua gestão pior do que a de Jair Bolsonaro.
Mas talvez o dado mais simbólico seja este: a maioria dos eleitores não quer Lula candidato em 2026. Segundo a pesquisa, a rejeição à reeleição é majoritária, inclusive em segmentos historicamente simpáticos ao PT. Isso mostra que o eleitor está cansado, desiludido e disposto a buscar alternativas.
Outro ponto decisivo: o “medo” do retorno de Bolsonaro é menor do que o medo da continuidade de Lula. Isso revela que o petismo, outrora sustentado por um imaginário de justiça social, hoje desperta desconfiança — em parte por escândalos como o do INSS, mas também pelo distanciamento entre promessas e entrega.
Na ausência de Bolsonaro como candidato, nomes como Tarcísio de Freitas e Romeu Zema e Caiado, despontam com potencial, mostrando que a direita e a centro-direita não dependem mais exclusivamente do bolsonarismo. O sentimento anti-Lula se tornou maior do que o próprio bolsonarismo — e esse é um dado novo, com implicações profundas para 2026.
O eleitor está dizendo, de forma clara, que não quer mais o retorno do passado — nem de Lula, nem de Bolsonaro. Quer uma nova direita, mais moderada, mais moderna, mais eficiente. E a centro-direita pode — e deve — ocupar esse espaço com responsabilidade, foco na gestão, compromisso com reformas e firmeza contra o populismo de qualquer lado.
2026 já começou. E o Brasil quer virar a página.
*Anderson Santos, pedagogo e articulador político