Por Anderson Santos*
Na política, os fenômenos verdadeiros são raros. E mais raros ainda são aqueles que, mesmo fora do exercício do mandato, continuam a ser o epicentro das decisões, dos acordos e das esperanças. Elinaldo, ex-prefeito de Camaçari e pré-candidato a deputado estadual, é um desses raríssimos casos. Não ocupa cargo eletivo, mas ainda assim comanda, articula, influencia e mobiliza com uma força quase inexplicável — e absolutamente inédita na história política de Camaçari, além de raríssima no Brasil.
Não se trata de idolatria nem de bajulação, mas de análise política nua e crua: Elinaldo é um fenômeno. É como se a gravidade do poder não estivesse mais no gabinete do prefeito, mas em sua presença. Em Camaçari, nenhum projeto político de oposição é viável sem passar, direta ou indiretamente, pelo seu crivo. Ele se tornou um verdadeiro “centro gravitacional de poder”, ganhando a admiraçãonão apenas de aliados, mas também adversários que reconhecem sua influência quase magnética sobre a cidade e sua política.
A força que Elinaldo exerce na política se assemelha à do Sol em nosso sistema solar. Ele não é apenas um ponto de referência — é o núcleo. Assim como os planetas que orbitam o Sol, os atores políticos em Camaçari gravitam ao seu redor. Quanto mais próximos estão dele, maior é a energia, a velocidade e a luz que recebem. Proximidade com Elinaldo significa vitalidade política, visibilidade e ritmo acelerado. Já os que tentam orbitar mais distantes, como os planetas exteriores do sistema solar, tornam-se frios, lentos e obscurecidos, quase sem brilho próprio. Na oposição, estar longe de Elinaldo é correr o risco de cair na irrelevância.
A Câmara Municipal que aí está, majoritariamente aliada a ele mesmo fora do cargo, é o reflexo mais claro disso. É como se o poder institucional tivesse se deslocado para o campo simbólico e prático de sua liderança. E isso, convenhamos, não é comum. Raramente um ex-prefeito consegue manter tamanha coesão política após deixar o cargo. Mais raro ainda é ver isso acontecer com tamanha naturalidade, sem imposições, sem arroubos autoritários, mas com carisma, diálogo e cálculo preciso.
Elinaldo é um enxadrista profissional na política. Quando seus adversários ainda estão movimentando os peões, ele já anteviu o xeque-mate três ou quatro lances à frente. Ele lê cenários com a calma de um sábio e a destemor de um espartano. É pragmático sem perder a sensibilidade. É justo sem ser populista. É humilde sem ser submisso. É, sobretudo, um líder de alma simples e mente sofisticada, que prefere a mesa da padaria às poltronas palacianas — e, mesmo assim, governa corações, decisões e rumos.
Como gestor, redefiniu o que significa fazer política em Camaçari. Investiu em infraestrutura e no social com muita responsabilidade, mas sua maior obra talvez tenha sido invisível: a reconfiguração cultural da relação entre político e povo. Elinaldo instituiu um novo estilo de governar — mais próximo, mais acessível, mais humano. Governou ouvindo, planejando com inteligência e agindo com firmeza. Seu legado não se resume a obras; inclui uma forma nova de pensar o poder e exercê-lo com dignidade.
Há quem diga que Elinaldo é “O Homem que Mudou a Regra da forma de fazer Política”, como no filme Moneyball (O Homem que Mudou o Jogo), inspirado na história real de Billy Beane, o gerente do time de beisebol Oakland Athletics, que desafiou as regras tradicionais do esporte com uma estratégia baseada em matemática, visão, coragem e precisão. Assim como Beane, Elinaldo monta seu time com exatidão cirúrgica, guiado por uma mistura rara de carisma, justiça, intuição e cálculo político refinado.
Esse “capital simbólico” de confiança e respeito é, talvez, o maior tesouro de um político. Não se compra, não se herda, não se improvisa. Constrói-se com entrega, ética e talento raro para compreender o espírito do tempo. Por isso, se Maquiavel estivesse entre nós, ele certamente largaria a pena e abriria os ouvidos. Porque há sabedoria no modo silencioso e eficaz com que Elinaldo faz política. Porque, no jogo real do poder, ele continua sendo o técnico, o capitão e o camisa 10. Mesmo do lado de fora do campo.
E o mais impressionante é que essa história ainda está longe do fim. Elinaldo está em plena forma física, intelectual e política, e tem muitos capítulos por escrever. Ao que tudo indica, ele guarda lances decisivos. E quem conhece do xadrez da política, sabe: quando ele move uma peça, o tabuleiro inteiro sente.
*Anderson Santos, pedagogo e articulador político