[Opinião] Entenda como a Federação União Progressista muda a Geopolítica Brasileira — e representa um forte impulso à candidatura de Elinaldo

Por Anderson Santos*

A formalização da federação entre União Brasil e Progressistas (PP), batizada de União Progressista, não apenas criou o maior bloco político do país, como redesenhou as bases do poder em Brasília. A nova força, que soma 109 deputados federais14 senadores, quatro ministérios e a presidência da Caixa Econômica Federal, já é vista como peça -chave no jogo político nacional até 2026 — e um trampolim estratégico para candidaturas regionais, como a de Elinaldo Araújo, ex-prefeito de Camaçari.

O que é a União Progressista e por que ela importa

A União Progressista é uma federação, ou seja, uma união estável entre partidos que atuam como uma só legenda por ao menos quatro anos. Com ela, o Brasil passou a ter uma força de centro-direita robusta, com capilaridade nacional e um dos maiores orçamentos eleitorais do país: cerca de R$ 1 bilhão somando os fundos partidário e eleitoral.

Essa estrutura coloca a União Progressista como interlocutora obrigatória em qualquer projeto no Congresso. Nenhuma pauta relevante será aprovada sem a participação ativa dessa federação. É o centro do tabuleiro político.

Um evento com pesos-pesados — e o destaque da Bahia

A cerimônia de formalização da Federação União Progressista, realizada em Brasília, foi marcada pela presença maciça de líderes políticos de peso, evidenciando a força e a amplitude da nova aliança. Estiveram presentes figuras centrais do Congresso Nacional, como o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira, e o atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre, além dos presidentes nacionais dos partidos que integram a federação: Ciro Nogueira (PP) e Antônio Rueda (União Brasil). A solenidade contou ainda com a presença de dezenas de deputados e senadores de todo o país, consolidando o evento como um marco da nova geopolítica brasileira.

Bahia teve participação destacada, presença do ex-prefeito de Salvador ACM Neto, o atual prefeito da capital Bruno Reis, o prefeito de Feira de Santana Zé Ronaldo, além de figuras conhecidas de Camaçari como o deputado Federal Paulo Azi e o deputado Estadual Manoel Rocha. Camaçari se fez presente com o ex-prefeito, Elinaldo, acompanhado por Helder Almeida, presidente municipal do União Brasil, e Otaviano Maia, presidente do PP de Camaçari. A participação do ex- prefeito no centro das articulações nacionais sinaliza que Elinaldo é considerado uma das apostas prioritárias da federaçãopara as eleições de 2026, sendo visto como nome estratégico para a bancada baiana na Câmara dos Deputados.

Já o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, teve papel decisivo nos bastidores. Com sua experiência e capacidade de articulação, foi fundamental para costurar o entendimento entre União Brasil e PP, ajudando a alinhar interesses estaduais e nacionais. Sua atuação reforça a proposta de uma federação com projeto nacional de poder, mirando protagonismo já nas próximas eleições.

A criação da Federação União Progressista marca um movimento estratégico importante no tabuleiro político nacional, nascendo com um claro aceno à oposição ao governo atual e já se articulando com nomes de peso para a disputa presidencial de 2026. Figuras como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e a senadora Teresa Cristina surgem como potenciais pré-candidatos, representando alas mais tradicionais e conservadoras que buscam consolidar uma alternativa sólida ao campo governista. A federação, ao unir partidos com afinidades ideológicas e eleitorais, pretende oferecer uma candidatura competitiva, com discurso unificado e capilaridade nacional.

Além disso, a possibilidade de a União Progressista apoiar um nome externo, como o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas — um aliado próximo do ex-presidente Bolsonaro —, está sendo considerada nos bastidores como uma forma de ampliar o alcance da federação e garantir força política na disputa. Tarcísio, que vem adotando uma postura mais moderada e institucional, pode ser o elo entre os setores mais ideológicos da direita e os grupos que buscam estabilidade e governabilidade. Com essa articulação, a federação tem potencial de se tornar uma força decisiva em 2026, seja lançando um nome próprio ou influenciando diretamente o segundo turno.

Para Elinaldo, que se apresenta como pré-candidato a deputado estadual, o surgimento da União Progressista representa uma mudança estratégica no cenário político baiano. A nova federação funcionará como vitrine nacional e regional para candidaturas com densidade eleitoral, garantindo uma base sólida de apoio institucional e partidário.

Entre os benefícios diretos estão:

• Recursos robustos para campanhas estaduais estratégicas, fortalecendo a presença de Elinaldo na disputa;

• Maior visibilidade nos palanques regionais, impulsionada pela estrutura unificada da federação;

• Capacidade de atração de alianças políticas estaduais, reunindo lideranças tradicionais e novas forças políticas.

Além disso, a candidatura de ACM Neto ao governo da Bahia, já largando com o respaldo de uma federação nacional tão estruturada, cria um ambiente político favorável para candidaturas como a de Elinaldo. A presença de ambos em uma coligação sólida aumenta o alcance e a capilaridade das campanhas nos municípios.

A participação de Elinaldo no evento de oficialização da federação, ao lado das lideranças baianas do União Brasil e PP, mostra claramente que ele ocupa posição de destaque dentro da estratégia estadual da União Progressista — sendo considerado um dos principais nomes para alavancar a votação do grupo na Assembleia Legislativa da Bahia.

A criação da União Progressista não é apenas um movimento burocrático: é a construção de um novo eixo de poder no Brasil, com potencial real de moldar o futuro político do país e seus estados. Em um cenário de reorganização das forças tradicionais, essa federação representa estabilidade, recursos e musculatura eleitoral.

Para lideranças regionais como Elinaldo, trata-se de uma janela de oportunidade rara — que une timing político, apoio partidário e viabilidade regional.

*Anderson Santos, pedagogo e pensador político